«psst,
ainda consigo ouvir as ondas do mar, também as ouves lá ao longe? não fiz questão de me pôr na banheira e tirar a areia do corpo, quero senti-la por mais um bocado.
só sei que quis saber-te meu, no meio daquela língua de areia gigante a que chamo de nossa praia. é nossa por agora, não interessa por quanto tempo, não importa até quando. foi ali, entre areia, pedras, mar, ondas e sol, que eu fui tua, ainda mais tua.
podiamos morar aqui, ou simplesmente perto do mar. haveria imenso espaço para a bateria, as guitarras, os micros e os cd's, para o gira-discos e os discos de vinil. que tal? achei que seria um convite quase-quase inrecusável. pensa nisso. ou então não penses. talvez o futuro não seja promissor para nós.vamos limitar-nos a viver o teu ontem, e o nosso amanhã.
não me tomes por louca porque gosto de ti mais do que alguma vez me imaginei capaz de gostar de alguém. consegui sentir-te perto, pelos vistos a fase menos boa já passou. ufa, e ainda bem que passou, foi uma "lomba" de percurso. precisávamos de uma tarde como esta para dar enfâse á frase «o amor e uma cabana», só que sem a cabana e com mais amor, muito mais. toma-me por louca, apenas pela forma tresloucada como tento dar voz aos meus sentimentos.
hoje, mergulhei até ao fundo da nossa paixão, mais uma vez. quero sussurar-te, com aquele olhar penetrante, com o meu sorriso maroto e a covinha direita para dentro, que és tu, quem toma o meu coração ao pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar.
agora sim. por favor, vem ajudar-me a sacudir a areia, amor.

loucamente,»

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