malditos domingos, só servem para fazer número e para influenciar as pessoas a dizerem que a semana tem sete dias e como sete são mais que seis, a semana custa mais a passar. o domingo é um dia feio, melancólico, chato, aborrecido e preguiçoso. Ui, sim, muitíssimo preguiçoso, eu sei o que é isso, a preguiça-do-domingo. acordar ás onze, e ficar a descansar os olhos durante mais uma hora ou duas. levantar-me cansada e acender o candeeiro, ler umas quantas páginas do «sei lá» e pensar em como a porcaria do livro se reflecte tão bem na minha vida. por sorte, depois da leitura reconfortante, ainda faço a cama, devagar, devagarinho, a seguir, acrescento mais roupa ao monte de final de semana e volto a deitar-me, inundada pela preguiça outra vez, apercebendo-me de que ando a perder muita coisa lá fora. vendo que a vontade de sair não é nenhuma e não existem propostas interessantes capazes de derrubar o meu pecado mortal, deixo-me ir ao sabor dos minutos, como que a desperdiçar um dia de vida, ao menos pensei e organizei as ideias, sim porque pensar não dá assim tanto trabalho como dobrar a roupa do banco ou arrumar as gavetas atabalhoadas de mariquices.